QUADRA DA VIDA
Para aquele rosto pintado
de nariz grená
Toda tarde era triste,
toda noite era tempo
A onde as lagrimas, sem descanso
sob as horas do manso silêncio
Enaltecia o chorar.
Pelo dia A sua face se escondia da
alegria, e o seu semblante no espelho
não era imagem nascida para olhar!
Pois quando no espelho olhava, o que via
Era marcas, marcadas Que o apagador,
do passado, não podia apagar.
Vivia um sonho, tinha planos de felicidades,
mas os anos todavia, demonstravam o
outro lado da verdade.
Escondia um segredo, onde o qual teimava
em acreditar Em sua mímica de vida,
construía os seus contos e fingia, manquitolar
pelos trilhos do seu andar, mas não sabia
Não sabia, que a vida era manca, e carregava
uma bengala, para os sonhos se segurar.
Quantos versos em seus dias!
Quantas prosas E só na rima que fazia,
mostrava lhes as cores, verdes e rosas
que se encontravam, com a quadra
onde a poesia da sua vida enquadrava
o seu amar.
Antonio Montes