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EdsonRicardoPaiva

Errei muitas vezes
Nesta curta vida
Acertei também
E muito
Foi muito além
daquilo que se costuma errar
Num único compromisso vivo
Vidas, erros e acertos
Agora eu olho pra isso
Como mero visitante
Quando olha uma foto antiga
daquelas que o tempo desbota
Ao passar por elas
Mas ainda dá
Pra enxergar nos detalhes
Aquelas reles coisas
Que ninguém nota, se a vê
Essa vida rota,
incrivelmente amarrotada
Que todos tem
E eu também tive
Olhares que não dizem nada
Pobres almas condenadas
Cobrando atitudes da gente
Percebo que não houve sorte
Não se vive o azar ao acaso
Só erros e acertos
Naturais
Quando a gente realmente vive

Que alguns prazos e compromissos
Terminam
Ou chegam bem perto disso
Vem aquela sensação
de olhar a vida
Como a vê la de cima
e com certa isenção
Com a vivência
de quem olha e se cala
Quando sabe
Que é sim, possível, aprender a viver
Mas só depois da experiência
Entende que não há como ensiná la
Perante os próprios tropeços
Compreende o valor das coisas
Cujos preços se descobre
Após muitos desdobramentos
E o coração nada fala
Aprendeu, ainda que vagamente
Que tristeza e alegrias
São coisas que o tempo apaga
Só restam lembranças
Pouco honestas, muito vagas
da procura pela cura
de uma loucura aparente
Existente ou não
Talvez tenha sido encontrada
Pra logo em seguida
Ser novamente perdida
e nunca jamais
Plenamente curada
Enquanto vivos
Até que um dia percebe
Que a lição melhor aprendida
Resulta
Em saber que no final
Apesar de tudo
Tudo continua exatamente igual
E tudo que nos cabe :
Aprender que não sabe nada.
Edson Ricardo Paiva

Houve um tempo
Em que eu quis fazer as coisas certas
Pra poder ser visto e aceito
Como um bom menino e bom rapaz
Eu acreditava que se agisse assim
E Deus me visse
Ele iria gostar mais de mim
A vida foi passando
E eu insistia que havia uma boa razão
Pra prosseguir sendo um bom homem
Sem querer ser melhor em nada
Apenas via a cada dia que amanhecesse
Como a uma nova oportunidade
De fazer o meu melhor
Pelo mundo, por Deus, pelos meus irmãos
Hoje eu olho pro mundo
Olho a vida
Olho pra mim mesmo e pra cada manhã
Que foi perdida no meu passado
Percebo que a gente não precisa
Ver a vida como oportunidade
de ser bom ou agradar a ninguém
Na verdade
O mundo não está
Prestando a mínima atenção
Pois o ato de viver neste mundo
Não chega a ser compromisso
Contrato ou obrigação
E as coisas que eu faço hoje
A maneira que faço as coisas
Conduzindo meus próprios passos
Tem de estar de acordo
Unicamente com a minha consciência
E a maneira que eu achar a mais certa
Quando ninguém estiver me olhando
Sem procurar santidade ou atenção
Pois ninguém está olhando mesmo
Pra nada de certo que a gente fizer
Ou deixar de fazer
A não ser que faça errado
Pra ser apontado, julgado, condenado
A solução que encontrei
Pra viver esta vida
É eu mesmo saber
Se presto ou não presto
Sem corar branco ou vermelho
Diante do espelho
Sem jamais e nunca mais
me ater ao julgo de ninguém
de resto
Eu deixo este mundo de lado e amém
Pois nem a gente e muito menos a vida
Tem que ser bom ou ruim
Ela é só vida
E eu sou apenas alguém
Que não vai consertar
E nem carregar os pecados do mundo
Isso não me dá o direito de piorá lo
E nem obrigação de fazê lo melhor
Mas a tudo de melhor que eu puder fazer
Eu o faço pra ficar de bem comigo
Sem esperar aplausos do mundo
Pois, a bem da verdade
Isso é coisa que nunca vem.
Edson Ricardo Paiva.