Um diálogo entre o filósofo e o poeta ambos habitam em mim
A vida está passando, meu caro poeta, então o que foi que fizeste da vida
Fiz muitas coisas, aliás fiz mais poesia do que coisas, afinal as coisas se diluem com o tempo; já a poesia, esta flui como o rio de Heráclito, se transforma.
Nada permanece para sempre, poeta, nem mesmo o rio, tampouco tua poesia se transformará em algo concreto.
Mas o que queres dizer com isto, meu caro filósofo, tens tu produzido algo imortal, algum pensamento que suportará o crivo da eternidade, caso ela exista de fato
Creio que não, e, todavia, enquanto observo e descrevo o mundo sensivel, tu ficas aí com as tuas viagens metafisicas, tentando encontrar a razão para a existência do tudo e do nada.
Quem de nós dois é mais alienado As coisas são o que são, e isto não tem autoria intelectual, elas são como são, nós é que tentamos lhes dar outro sentido ou significado