Você chegou como clandestino em minha vida, invadindo meu coração, despertando sentimentos que estavam adormecidos
Você entrou em meu mundo sem avisar, atravessou as portas de meu coração na calada da noite, fixou sua morada dentro de mim sem me avisar
Clandestino!
Mudou meu mundo, quis cultivar novas flores no jardim de meu coração, plantou tudo de bom, mas veio como invasor
Nem imagina o que me fez, não sabe as marcas que carrego dentro de mim, então porque semeou amor num mundo que não te pertence
Eu venho de uma dor distante, de uma angústia insuportável, de uma solidão imensa
Já tinha me acostumado com um jardim sem flores, onde por muitas vezes as ervas daninhas tomaram conta deste jardim, os espinhos sufocaram os meus desejos
E agora, você semeia flores, mexe com tudo que sempre me pertenceu
Agora a luz que você trouxe está me cegando, e eu havia esquecido o doce sabor do amor
Que destino é este, uniu as linhas do meu tempo a você, embaraçou tudo em minha vida
Abalou o meu mundo, mesmo sabendo que somos de tempos diferentes
Então, porque cruzou as nossas linhas do tempo, se a minha realidade é outra
O destino quis brincar comigo, mas recuso tal ironia
Não vou esquecer a razão!
Você como o passado, se faz e se foi
Não vou me entregar!
Agora parte de meu jardim, já fez o que tinha de ser feito, me deixes aqui
Minha casa, meu mundo, meu jardim, aqui eu sou soberana
Adeus clandestino!
Roseane Rodrigues