Tenho que ir
Seguir meu destino.
Dá de cara com a minha vida
Me confrontar com minhas dúvidas.
Caminho pelas ruas de volta para casa
Passo pela praça, e não vejo nada!
Nem pó de poeira
Nem criança sorrindo
Nem folha seca, soprada pelo vento Nada!
Ao lado, o trem passa
O pássaro, sem graça, se esconde.
As árvores secas com a imagem vazia!
Mostram minha realidade, que nostalgia.
É tempo de unir meus retalhos espalhados no chão.
Espalhados no colchão
Espalhados nas neblinas
Espalhados no verão
Espalhados nas ruas do meu coração, que está alagado!
Com meus sentimentos boiando na contramão,
Pedindo esmolas nas esquinas, e recebendo não!
É tempo de me fazer rir,
Não posso ficar na mesma de sempre
Querendo o mesmo de sempre!
Se para sempre, um dia acaba!
Pois nem tudo que acreditamos para sempre ser, é eterno!
Quero travessia,
Atravessar a ponte dos desesperados,
Quem passa por essa ponte vê a morte, mas não morre!
Encontra se com sua vida, com suas feridas
Todas elas cicatrizadas.
Mente, metade sadia, e a outra metade insana
Corpo, metade bendito, metade louco varrido
Saúde, sem cólera, mas não totalmente imune,
Quero ser curada vez em quando
Pelo veneno bom do “amor”.
Depois da torturante travessia, estar preparada!
Preparada sim!
Para as ventanias e as ressacas do mar da vida.
Não posso viver a pegar aquela flor.
A flor que um dia viva e linda, guardei
Ela secou no meu diário
Consigo, guardou
Todos os segredos que um dia escutou
Eles foram revelados ao Sol, a Lua e as estrelas.