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CARLOS ALMIR FERREIRA

PAI
Eu não escondo o orgulho
de saber que minha vida
foi concebida por um mestre
de vida,
um ser que ajudou a nascer
milhares de crianças.
Meu pai é obstetra,
mas não é desses comuns,
sem emoção.
Meu pai é um poeta,
um sonhador,
um semeador de esperança.
É um médico e não um comerciante
de vida;
é um batalhador num país sem saúde,
que se comove,
chora e ama seus pacientes
com o mesmo fervor de um iniciante.
Pai, que orgulho
por saber que você sabe ser pai
de tantos,
que não perdeu o encanto
de um homem que viveu para ser pai.
Não esqueço o dia em que vi nascer
um menino por tuas mãos,
a emoção, a tensão, e a alegria
de quem sofreu e acompanhou
por nove meses uma família
e com ar de felicidade
anunciava: é menino!
Pai,
sei que poderia falar só de meu pai,
o que me ensinou a amar poesia,
que me recitava Olavo Bilac,
Casimiro de Abreu,
Thiago de Mello,
que me falou sobre Pablo Neruda,
que me citava de cor o primeiro
parágrafo de Iracema:
“Verdes mares bravios de minha terra natal “
e logo dizia: José de Alencar!
Poderia até falar de quem me contava
aquela história da formiguinha e o bloco de neve,
ou quem, quando o jogador estava impedido, dizia:
‘OFF SIDE! , tá na banheira ! ”
Quem, quando eu tinha uns três anos, me dizia,
não sei por quê: “ raio laser, Carlos, raio laser”,
e eu ficava convencido de que era o Ury Gueler ,
contudo,
não seria justo com você falar só do homem pai
e não do médico,
pois os dois se confundem.
E o médico sempre foi pai de todos,
que pediam não só consulta,
mas carinho e alento.
Pai, você não é só meu pai,
é pai de todos,
pois como diz um provérbio judeu:
“Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro”.

PAI
Eu não escondo o orgulho
de saber que minha vida
foi concebida por um mestre
de vida,
um ser que ajudou a nascer
milhares de crianças.
Meu pai é obstetra,
mas não é desses comuns,
sem emoção.
Meu pai é um poeta,
um sonhador,
um semeador de esperança.
É um médico e não um comerciante
de vida;
é um batalhador num país sem saúde,
que se comove,
chora e ama seus pacientes
com o mesmo fervor de um iniciante.
Pai, que orgulho
por saber que você sabe ser pai
de tantos,
que não perdeu o encanto
de um homem que viveu para ser pai.
Não esqueço o dia em que vi nascer
um menino por tuas mãos,
a emoção, a tensão, e a alegria
de quem sofreu e acompanhou
por nove meses uma família
e com ar de felicidade
anunciava: é menino!
Pai,
sei que poderia falar só de meu pai,
o que me ensinou a amar poesia,
que me recitava Olavo Bilac,
Casimiro de Abreu,
Thiago de Mello,
que me falou sobre Pablo Neruda,
que me citava de cor o primeiro
parágrafo de Iracema:
“Verdes mares bravios de minha terra natal “
e logo dizia: José de Alencar!
Poderia até falar de quem me contava
aquela história da formiguinha e o bloco de neve,
ou quem, quando o jogador estava impedido, dizia:
‘OFF SIDE! , tá na banheira ! ”
Quem, quando eu tinha uns três anos, me dizia,
não sei por quê: “ raio laser, Carlos, raio laser”,
e eu ficava convencido de que era o Ury Gueler ,
contudo,
não seria justo com você falar só do homem pai
e não do médico,
pois os dois se confundem.
E o médico sempre foi pai de todos,
que pediam não só consulta,
mas carinho e alento.
Pai, você não é só meu pai,
é pai de todos,
pois como diz um provérbio judeu:
“Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro”.