Não gosto de tampas
Tampas de cremes, de pasta de dente, tampas de rosca.
Tenho um sério problema com esse tipo de tampas.
Me nego a fica rosqueando aquilo.
Geralmente, ou quase sempre, com pressa, encaixo errado e preciso recomeçar.
Tirar a tampa torta, encaixar na posição correta e, com calma, girar até fechar.
Aff! Pra quê Gosto das tampas que a gente impulsiona e “plic”, abre.
Aperta e “plac”, fecha.
Tão bom, rápido e fácil!
Mas há aquelas que não tem como substituir.
Tem que rosquear.
Por diversas vezes não rosqueei a tampa de Toddy.
Imagina o que aconteceu, né ! Na tentativa de pegar o pote pela bendita tampa, acabava ficando com ela na mão, vendo o pozinho marrom se espalhar no ar até chegar ao chão.
Eu conheço o processo de fechamento da rosca.
Mesmo assim, EU não rosqueei.
Eu deixei a tampa solta.
Eu assumi o risco de deixá la solta.
EU não terminei o que havia começado.
EU
Agora é preciso que eu pare tudo e recomece.
Quantas vezes sabemos das consequências de não encerrar aquilo que começamos De deixar processos inacabados, incompletos, “destampados” Ainda assim, deixamos.
Ficamos com raiva das “tampas”, quando, na verdade, a culpa foi nossa por não termos feito o que deveria ser feito.
Culpamos o mundo pelo Toddy espalhado no chão da cozinha.
Limpamos tudo com a força da raiva.
Salvamos o pouco do achocolatado que ficou no pote, então, ao fechá lo novamente, agredimos a pobre da tampa com tanta força e raiva que talvez ela tranque e não se abra nunca mais.
As roscas continuarão a existir, processos precisarão ser terminados e nós continuaremos aqui – gostando ou não – tentando encerrar tudo aquilo que começamos.
Encontrando meios de dar um fim a todas as rocas que tomam nosso precioso tempo.
Ainda estou aprendendo a lidar com as roscas que aparecem na minha vida, mas, hoje em dia, faço questão de rosquear até o fim.
Só para não ter que limpar o Toddy espalhado pelo chão.
Pollyanna Guimarães
Cachoeirinha, 5 de janeiro de 2019.