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Isabel Morais Ribeiro Fonseca

O SABOR DA VIDA
O sabor da sua dor nega lhe o sabor do seu sangue
Mágoa das suas lágrimas, do seu sentido suspirar
A morte chamou no encontro com o céu e o inferno
No despertar de um sonho infernal incapaz de sentir
A dor que o atormenta pobre infeliz ou não, quem sabe
O que o espera, no dia que se encontrar com a morte
Tenta levantar se com a dor que sente, a sua boca está
Seca como o pó do deserto, em poucos minutos sente
O peito a dilacerar jorrando sangue de todos os pecados
Cometidos mal se põe de pé, não sabe onde está ou onde
Se encontra perdeu o norte, o rumo sente calor é incapaz
De superar a dor, sentida na sua alma, alma que há muito
Tempo alguém a cobiça, quer falar mas não consegue
A garganta está seca, sabe a fel, tenta gritar, gritar mas
Não consegue sente agonia, dor na sua débil mente
Recorda com muita saudade todos os momentos vividos
Lembranças boas e más de tantas pessoas que passaram na
Sua longa vida, pessoas que lhe deixaram alguma saudade
As outras ele amou não como gostaria de ter amado pensa
Ele se fosse hoje seria diferente, pensa com a sua débil mente
Os beijos que ficaram por dar a quem ele tanto amou e ama
Os abraços que ficaram perdidos e tantas vezes esquecidos
Grita por dentro de amor com a vontade de amar, amar
De voltar a sarar as feridas no corpo mas sente que a morte
Não o quer deixar voltar à vida, pede perdão pelos suas falhas
Que são muitas ele sabe tem consciência disso, ele sabe que a
Morte está presente, que lhe nega o sabor do sangue e da vida.

CARTA AOS MEUS DOCES FILHOS
Quando eu já for velhinha
Eu não serei uma velhinha comum
Vocês já sabem, afinal não gosto
Muito de ficar quieta ou de fazer tricô
Porque nunca tive paciência para tricotar
Quando eu já for velhinha
Não quero que se preocupem comigo
Não se sintam na obrigação
Em visitar me aos fins de semana
Façam isso quando sentirem realmente vontade
De me ver .saudades do meu abraço
Do meu carinho, do meu beijo.
Ou ainda quando sentirem
Saudades da minha comidinha
Eu estarei na companhia do vosso
Querido pai, o amor da minha vida
Vocês sabem que os meus olhos olham
Para vocês com muito orgulho
Quando eu já for velhinha
Quero ficar na minha casa mesmo
Que seja velha como eu
Vocês sabem que eu valorizo
E amo a minha liberdade
Quero que vocês me olhem e sintam orgulho
Mas me deixem viver como eu quero
Conforme a minha vontade
Não pensem que sou egoísta.
Meus filhos perdoem me
Se alguma vez eu falhei com vocês
Eu amei vos e tentei amar vos
Da melhor maneira que eu soube
Quando eu já for velhinha
Quero muitos netos para mimá los muito
Não me critiquem se eu exagerar nos carinhos
Afinal vocês tiveram, muitos mimos, carinhos
Abraços, como eu vos amo meus amores
Quando eu já for velhinha
Não sintam pena de mim quando estiver fraca.
Sem forças, não se sintam responsáveis por mim~
Eu vivi como eu quis.
Meus queridos e amados
Filhos da minha alma, sangue do meu sangue
Do meu coração
Meus amores vivam as vossas vidas com amor.
Respeitem os outros, trilhem os vossos caminhos
As vossas estradas, amem, trabalhem
Tenham êxito, sejam corajosos
Sonhem muito e alto
Acreditem sempre em vocês
E sejam muito felizes
Meus amados filhos meus grandes amores.