Ainda que a vida insista em me vestir de mortalha,
rasguei as minhas vestes mortuárias.
O fantasma que impiedosamente me perseguia,
Transformei o em camarada.
Não mais fico encolhida nos cantos da casa,
Não mais calo o grito que me sufocava
Grito todos os gritos que calava.
As minhas noites escuras transformei as em claro dia,
São de júbilo as minhas antigas noites de agonia.
Beijo a boca que ansiava,
Deixei de ser carne, hoje, sou navalha:
Escrevo!