Catei ilusões durante a vida,
andei tentando aumentar meu caminho,
mas, eram as mesmas ruas de que adiantou
Empurrei meu carro de lixo, ele agora vira ouro em minhas mãos, vira roupa, vira caderno, vira lápis e compaixão.
Eu trilhei a arte do ofício, mas Deus quem me pôs nos trilhos, acreditou em mim.
Eu não tenho vergonha do que sou, ajudo o mundo a respirar.
E ainda há quem tenha nojo de mim.
Coitados eles nem sabe o que fazem todo dia da vida, eu sei, eu ajudo meu mundo e o deles a respirar.
Eu os ajudo a respirar, eles e os filhos, os netos e quem mais vier.
Eu cato o lixo que na verdade é ouro, e que eles em busca de ouro disperdiçam.