A Minha Hipócrita Vida
Minha vida tornou se íntima da solidão e,
desde então, tudo e qualquer coisa que eu faça,
é simplesmente inútil.
Por diversas vezes sustentei a ideia que a vida
é perfeita e incapaz de promover sofrimentos e ilusões
àqueles que a prezam.
Contudo, independente da devoção por mim exercida,
a vida me privou o amor.
“Tão rude e tão inescrupulosa foste, Vida!
Iludindo me com esta mulher que jurei amar
com a vida como prova;
esta mesma vida a qual me jurou eterna felicidade
traiu me com a mais lavada das faces ! ”Sim [..]
Abrasando a efêmera constância de um amor eterno e voraz
que um dia incendiou me.
Mas agora,
como tiro de extintor o combate, fazendo o casto e gélido;
por aquela que primeiro me amou
e agora me abandona como quem jamais me conheceu,
adulterando a vida fiel e tornando a uma eterna falsa prece
que não será ouvida nunca.
Agora,
sofro por esta reminiscência exasperada que me lateja a alma.
Tenho a certeza de que esta lembrança me perseguirá
a felicidade até o findar de meus dias e,
por mais ignoto que o seja, o pesar que fica,
é a única realidade existente: abandonou me um grande amor;
o amor da minha vida!