E então somos cada um sua própria companhia teatral,
revesando os holofotes no palco da vida!
coexistindo entre trupes, estrelando a própria peça e permitindo se ser coadjuvante de outros autores.
Pelo caminho nos envolvemos com as personagens, deixamos florescer afeto, carinho, compaixão, amor
enxergamos um pouco de nós mesmos em cada linha de texto falado.
choramos, rimos, regozijamo nos com os aplausos.
nos perdemos em dramas, comedias suspenses e terrores de cada representação verídica.
Sabedores do tempo ainda assim nos surpreendemos quando as cortinas se erguem para o espetáculo final.
é difícil aceitar que chegou ao fim, e toda aquela cumplicidade habitante ate então, se apagará com os focos de luz no desfecho do ato.
A entrega é tamanha que por vezes despir se da personagem
se faz uma tarefa árdua, dolorosa, dilacerante.
e por mais que saibamos que de um certo modo
perderemos alguns pelo caminho, existe a certeza de encontrar em outros palcos aqueles irmãos das cenas de outrora.
É preciso baixar as cortinas pela ultima vez, antes de estrear um novo espetáculo, uma nova temporada.
pois o show precisa continuar.
(Andy Souza)