Vai, meu poema!
Leva para ela todo meu dilema!
Diga lhe em sua face serena:
Que a vida sem ela é uma dura pena;
Que aceite meu amor em forma de poema.
Vai, meu poema!
Leva para ela minha paixão;
Fala lhe de minha solidão,
Com a mais intensa emoção.
Diga lhe que ainda tens meu coração.
Vai, meu poema!
Lembra ela de nosso amor.
No mais sublime esplendor;
Que exaltávamos com fervor.
Sem medos.
Sem pudor.
Vai, meu poema!
Conta lhe minha triste sina.
Que até a alma desatina;
Em sintonia fina,
Sem versos, sem rima.
Vai, meu poema!
Encontre para mim minha amada;
Nesse caminho.
Nessa estrada.
Onde a vida quase findada,
Nesta alma quase desalmada.
Vai, meu poema!
Exonera de mim essa saudade;
Que meu peito fere em profundidade,
Na mais perversa insanidade;
Tirando me a liberdade.
Vai, meu poema!
Leva me aos braços dela!
Pois, não vivo sem ela;
Minha bela donzela,
É para ti, esta rima singela.