Na geografia da vida existem montanhas, abismos, vales e desertos
Quando estamos no topo da montanha só conseguimos rir o dia todo e ficar exaustos de tanta excitação e alegria
Até que alguma coisa acontece e nos precipitamos montanha abaixo
O tombo pode ser maior ou menor, os arranhões mais ou menos profundos, porém a dor é sempre a mesma mas ninguém a conhece, pois não há ninguém caindo junto com você.
Quando chegamos lá no fundo, ficamos machucados e doloridos por um tempo, deitados em nosso abismo mas o tempo que demorem nossas feridas em sarar dependerá somente de nossa disposição para nos levantar.
Chega então o tempo de atravessar o deserto, o tempo das lamentações e das lágrimas, e de avançar arrastando os pés e a alma, mas a medida que avançamos a dor vai se transformando em meditação e finalmente, em aprendizado e quando queremos lembrar, nosso deserto tem se transformado num verde vale.
Chegaremos então novamente ao topo da montanha, e voltaremos a exultar de alegria, e o ciclo recomeçará
Estranhamente, não produzimos frutos quando estamos no topo da montanha, nem quando estamos agonizando no abismo de nossa dor só produzimos frutos de sabedoria enquanto atravessamos o deserto.
Sábio não é aquele que nunca cai, mas sim aquele que lembra o que aprendeu com cada cicatriz