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Ariane Zorzan

NA VIDA NÃO REPROVAMOS
Pensava Era essa a hora Será que não se arrependeria no futuro por voltar a escolher outro caminho
Ela sempre foi sonhadora, buscava ser a Poliana esquecida.
Ajudar a levantar pessoas era seu hobbie preferido.
Santa Não, nunca foi.
Mas todo paraíso precisa de um lado oposto para pelo menos ser comparado.
Causava inveja nas pessoas pela sua espontaneidade um tanto quanto imprópria ou diferente das outras pessoas.
Tá, tá, excêntrica.
Não escondia o que sentia.
Mentira, escondia, mas só nos momentos que não podia ser frágil.
Era um turbilhão de sei lá o que.
Um dia a vida a obriga a enraizar seus pés na terra
E ela aceita o desafio.
Encara com coragem.
Mas para isso ela precisava abrir mão de algo muito especial.
Sua verdadeira verdade.
Deixar de ser quem era e se tranformar em quem precisava, ou achava, que precisava ser.
Não importava.
Era o preço e ela estava disposta a pagar.
Adorava desafios e ser outro alguém parecia legal, um personagem que ela nunca conseguiu interpretar, jamais ganharia o oscar, foi mera coadjuvante de uma história.
A maturidade não havia chegado ali.
Ela não imaginava que custaria caro demais deixar de ser quem era.
Que uma hora sua verdadeira verdade abriria a porta que estava entreaberta e chegaria chutando tudo.
E a pessoa enraizada em terra firme.
Firme Não, desculpa derrei.
Na areia, na do mar, naquela da beira que você pisa e vai afundando, e quando se dá conta já prendeu seus pés sem a sua permissão, ou melhor dizendo sem a sua verdadeira vontade.
E agora Que caminho seguir A implacável VIDA não perdoa, não te faz herói por se anular em detrimento à alguém ou algo.
Sabe o que ela vai fazer
Colocar a mochila nas costas e enfrentar esse novo velho caminho.
Voltar atrás, lá na bifurcação e fazer diferente.
Ainda bem que a vida não nos reprova de ano.
No máximo ficamos de recuperação.

NA VIDA NÃO REPROVAMOS
Pensava Era essa a hora Será que não se arrependeria no futuro por voltar a escolher outro caminho
Ela sempre foi sonhadora, buscava ser a Poliana esquecida.
Ajudar a levantar pessoas era seu hobbie preferido.
Santa Não, nunca foi.
Mas todo paraíso precisa de um lado oposto para pelo menos ser comparado.
Causava inveja nas pessoas pela sua espontaneidade um tanto quanto imprópria ou diferente das outras pessoas.
Tá, tá, excêntrica.
Não escondia o que sentia.
Mentira, escondia, mas só nos momentos que não podia ser frágil.
Era um turbilhão de sei lá o que.
Um dia a vida a obriga a enraizar seus pés na terra
E ela aceita o desafio.
Encara com coragem.
Mas para isso ela precisava abrir mão de algo muito especial.
Sua verdadeira verdade.
Deixar de ser quem era e se tranformar em quem precisava, ou achava, que precisava ser.
Não importava.
Era o preço e ela estava disposta a pagar.
Adorava desafios e ser outro alguém parecia legal, um personagem que ela nunca conseguiu interpretar, jamais ganharia o oscar, foi mera coadjuvante de uma história.
A maturidade não havia chegado ali.
Ela não imaginava que custaria caro demais deixar de ser quem era.
Que uma hora sua verdadeira verdade abriria a porta que estava entreaberta e chegaria chutando tudo.
E a pessoa enraizada em terra firme.
Firme Não, desculpa derrei.
Na areia, na do mar, naquela da beira que você pisa e vai afundando, e quando se dá conta já prendeu seus pés sem a sua permissão, ou melhor dizendo sem a sua verdadeira vontade.
E agora Que caminho seguir A implacável VIDA não perdoa, não te faz herói por se anular em detrimento à alguém ou algo.
Sabe o que ela vai fazer
Colocar a mochila nas costas e enfrentar esse novo velho caminho.
Voltar atrás, lá na bifurcação e fazer diferente.
Ainda bem que a vida não nos reprova de ano.
No máximo ficamos de recuperação.

CRÔNICA DE UM AMOR NÃO VIVIDO
Era um tarde normal como outra qualquer, na correria do dia a dia cheia de papéis na mão ela não percebeu a presença dele no café.
Uma amiga a chamou, para falar algo que ela nem lembra mais, nem do assunto e nem da amiga.
Quando virou seus olhares se cruzaram.
Ele levava a xícara até a boca.
Ela congelou, paralisou, sentiu seu coração bater descompassado.
Quem era ele Por alguns minutos imaginou milhares de coisas juntos.
Poderiam ter se conhecido no café, na fila do banco, num barzinho ou restaurante, trocariam uma conversa sobre o quanto detestam fila, ou que ela detesta comida japonesa.
Ou quem sabe até em uma dessas festas estranhas com "gente esquisita", ouvindo música sertaneja que ele odeia.
Talvez trocariam telefones.
Talvez.
Mas a verdade verdadeira é que nada tinha importância, nem ela nem ele se importavam com o dia que aconteceu, isso era pequeno demais perto do que sentiam.
Nunca tiraram uma self, nem fizeram declarações públicas e amor nas redes sociais, não passaram um final de semana viajando, aquela viagem romântica.
A família dele nunca soube o quanto ela o amava e nem a dela o quanto ela era engraçado, porque nisso combinavam eram engraçadinhos, sempre com uma piadinha na manga.
A gatinha dele nunca deitou no colo dela, não assistiram nenhum capítulo da novela das oito juntos, e nem discutiram sobre o galão de água que ela esqueceu de comprar.
Ele nunca fez aquele franguinho especial para ela e nem ela o seu famoso risoto de parmesão.
Nunca passaram uma noite e conchinha, e ela sempre quis saber como aquele rostinho lindo ficava quando dormia.
Nunca se deixaram sentir além da linha amarela.
E não o fizeram porque não deixaram que isso acontecesse.
Sabiam ser seus pares perfeitos.
Mas no fundo não acreditavam nisso.
Acostumaram a viver um amor clandestino.
E perderam a chance de sentir aquela paz que o amor traz.
Optaram, ou não, pelas noites mal dormidas do que uma vida bem vivida.
Um dia cansados dessa clandestinidade, se despediram prematuramente.
Escolheram a vida longe um do outro ao invés do para sempre até o final.
Não deixaram o amor acontecer na vida real.
Ela hoje se sente só.
Chora pela viagem que não fez com ele e pelos passeios de mãos dadas que tanto sonhou.
Ele Bom ele continua vivendo sua vida procurando quem sabe encontrar um amor que ele acha que ainda não encontrou Parafraseando Frejat.
Que aliás escreveu muitas das músicas deles
O que eles não entenderam é que precisavam ter tido mais coragem para olhar além de si mesmos