Diego Cettolin

A vida e seus enganos
Engana se quem acha que riqueza atrai inveja
Ou que status gera ciúmes
Engana se quem pensa apenas com o lado materialista do cérebro
Engana se quem apenas “respira” e não vive no hoje, no agora
As pessoas invejam mesmo é o sorriso fácil
A luz própria de quem não precisa passar por cima de nada, nem de ninguém para brilhar
As pessoas sentem ciúmes da felicidade sincera
Da alegria que vem de dentro
Do sorriso amoroso e tenro
Não é o sucesso profissional que incomoda os outros
E sim as amizades sinceras que o outro atrai
A energia bondosa transmitida
O brilho ofuscante do olhar
O abraço generoso, afetuoso, carinhoso
Que nos remete a um porto seguro
E que nos faz sentir amados
O que gera desconforto nos outros
É a sinceridade espontânea
O Amor verdadeiro
Que sai dos poros sem esforço
A positividade pela vida
Sem da vida apenas tirar
Sem tentar apenas explorar
Com a vida conviver
Mas, acima de tudo, a dificuldade nos outros em aceitar a felicidade que não é sua
Ocorre quando à pessoa não tem Paz interior
Somente quando temos Paz interior
Tudo ao nosso redor não nos afeta
Não nos flagela, não nos maltrata
Podemos não ter o Amor de alguém
Mas podemos, sim, amar alguém.

Os Imprevistos da Vida
E quando pensamos que estamos seguros
Que os abalos sísmicos cessaram
Que o Sol no Horizonte resplandeceu
E que o Mar finalmente desfadigou
Somos sorvidos de surpresas
Porque a vida é assim e sempre será
Desde nossa concepção até nosso desencarne
Teremos uma eterna gangorra de emoções
Que nos envolverá sorrateira e vivaz
Tão certa quanto o nascer e o morrer
Quanto o piscar e o lacrimejar
“Liquida” quanto as estações Lunares
Ou verdadeiramente linda como é o pôr do sol
A vida é uma trilha sem asfalto
Um caminho íngreme sem corrimão
O desabrochar de uma flor no deserto
A explosão de uma pólvora
O sorriso maroto de um bebê
E a compaixão de um Amor correspondido
Triste mesmo é não perceber
Que até em meio ao caos
A organização está presente
E o amor nunca estará ausente
Não sabemos o que de fato é o amor
E talvez nunca o decifraremos
Mas, melhor que decifrar é sentir
E, melhor que sentir é distribuir
A vida é assim
Somos e não estamos
Estamos e não somos
Somos um e todos ao mesmo tempo
Pois o emaranhado nos enlaça, nos agrega, nos incorpora
E também se arrisca em nos dissipar sem dó
O merecimento de benesses é somente nosso
Bem como as mazelas da mesma forma
E nessa confusão existencial que paira sobre mim
De devaneios em devaneios
Minha única certeza é
Que de tudo que sei
Sei que nada sei.