Meus desenhos estão todos engavetadoscom riscos pretos.Tênues entre a verdade e a exatidãosem margens, sem papel, sem artetodos engavetadosplenos de razão, frouxos perante qualquer convicçãomas com linhas escuras limitando sua exatidão.
Nada me feriu maisem calor frio da minha peledo que amar.Dos amores que escolhiAos amores que tivePara os amores que nunca apareceramEntre os amores que nunca amei.Nada me doeu maisdo que os sentimentos que matei, sufoqueiMe doei e arrisquei.Sequestrei em tempos de escassez.Engraçado,Pois nunca ninguém amei.
Talvez(mas só talvez)As minhas paixões estejamApenas na minha cabeçaTalvez eu não as conheçaTalvez em mimEu amanheçaSem tristezasQuem sabe das minhas paixõesSe nem eu as sei Quem sabe o que isso significaTalvez(mas só talvez)Eu naufrague em meusPróprios sentidosE ainda assim,Sem nada sentirTalvez
Amo a minha liberdadeAmo minha exatidãoMesmo que por causa delaEu não seja nada exato, de fato.Amo minha liberdadequase quão igual minha solidão.É que eu não sintoa necessidade de mendigar paixãoamor ou de escrever um refrão, não.Completo me com a linhaObservando a imensidão.
Deito a canetasob os papéisdos meussonhosporque já estou indo,por hojepartindomas antes de dizeradeus,eu quero lhed e s e j a ros sonhosteus.
Bate o solNa soleira da portada frenteE ilumina com elaMeu sorriso incandescenteEntre a mecanicidade da vidaEntre rir e reclamarAguarda se que a vidaFaça se linda e belaSem se esperar.A velocidade da gentilezaTorna se lenta e desalentaDesatenta.Para quem será,devo esta vida encorajar
Não envelheçoMe lapido entre os espaçosEntre mim e euAguardo os cabelos brancos,os reaisQue lugares e pessoasgentilmente me concederame os planos falhos me ensinaramAguardo como quem tem apenasO hoje de presenteAssim,Agradeço a vocêQue me lêApesar de mim.