SOU EU
Fiquei perdida entre as tuas coisas
Magníficas ou pequenas.
Por pouco
Achavas o meu riso solto ou embrulhado
No papel que escrevias os teus versos.
De amor não pude tecer nosso namoro
Debruçada na janela da tua alma embebida
Nas paixões que entornaste toda a tua vida.
No trovejar da voz que soltas quando atinges
O ápice do amor.
Então, navego por telepatia
Na mesma magia.
Não é comigo, mas atinjo, também, grande ironia
O auge de ser troca, ser o outro, ser um só.
E quando sentes o arrepio de uma alma que te busca e
Beija te até secar todo o desejo.
Afaga te tanto que desemboca noutro lampejo
De mais querer.
E tudo se repete.
Infinitamente,
Em pensamento apenas, lamento.
Ai sou eu.
Apenas eu.