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Clara Furtado

Façamos careta!
Os "para todo o sempre politicamente corretos" que me perdoem (e a si mesmos também), mas eu tenho orgulho da minha porcentagem "desajustada", na verdade tenho é medo de perdê la, onde não existe a neura de provar ser o tempo todo completamente normal.
Não dá! Isso legitima a minha sanidade.
Totalmente louca eu seria se nenhum pouco louca eu não fosse.
O que nos salva dos hospícios de concreto são os nossos pequenos atos diários de disparate no "manicômio vida": um berro pela pressão do dia a dia, um falar sozinha, perguntando e respondendo a si mesma, um cantar inglês sem saber, um grito na cara do afrontador ou mesmo de quem se ama, um choro só, um ataque de riso sem motivo, comer comida esquisita, uma fotografia despenteada, sem maquiagem e publicada às 5 da manha de um dia qualquer, depois de uma noite em claro com a cara nos livros, ou seja lá o que for que nos alivie.
Assumir a parcela humana de loucura, aquela absolutamente normal, nas doses convenientes à saúde física própria e alheia, é estar nos conformes da normalidade, um jeito de encarar a vida com a leveza que ela pede.
Renegar é disfarce para a inquietação que torna o cotidiano, de um jeito negativo, realmente estressante, tenso, doentio e paranoico: pesado.
Aceitemos de bom grado a nossa dose homeopática de “alegria extravagante”.
É merecido, suadamente conquistado em meio a esse desatino que é viver, porque a vida é insana e, se é, só nos resta acompanhar o seu ritmo que, ainda bem, do jeito desvairadamente certo, cada um a seu modo, pode.
Sejamos bobos, ou como quisermos, ao menos só às vezes, ao menos só um pouco, só para facilitar a coisa de ser feliz de um jeito simples.

Acho que Amor à primeira vista não existe, é tão somente uma ilusão que as pessoas criam em cima da necessidade de amar e do medo da solidão.
Respeito a parte que discorda, mas se houver praticidade e racionalidade, indispensáveis no Amor que é inteligente, no máximo, o que ocorre à primeira vista é atração ou uma espécie de intuição que aquele alguém será de alguma forma especial, afinal, não tem como amar quem não conhecemos ao certo e só saberemos se aquilo tudo é aquilo tudo mesmo se entramos de cabeça para constatar, aliás, arriscar, porque é um risco.
Cabe a cada um apostar na intuição e pagar para ver ou não encarar a probabilidade de erro.
Aprende se a amar a partir de quando conhece se qualidades e defeitos de alguém e de quando entendemos o mesmo vindo deste alguém.
Ama se primeiro pela admiração e ela vem dessas qualidades que reconhecemos e admiramos e desses defeitos que enxergamos e aprendemos a lidar e isso só pode acontecer apenas a partir de algum conhecimento que se tenha desse 'quem' que despertou logo de cara a atenção, possível só com o mínimo de convivência.
Só a partir daí que tudo aparece, nasce; Sente se saudade das manias, do cheiro, do toque, do beijo e do abraço, da presença física, mesmo não saindo do pensamento e coração, medo de perder, alegria de estar perto, vontade de cuidar, zelar e não falhar, respeito puro.
Não se têm dúvidas de que o Amor é o Amor quando na alma desperta se o desejo de gerar vida quando nunca tínhamos sentindo ou há muito tínhamos esquecido ou desacreditado, quando nos pegamos pensando que até vive sem aquele alguém, mas sabe que não quer, porque o peso da ausência até passa, pela independência entre pessoas que se deve existir, mas a tristeza dessa mesma ausência será tão certa quanto o Amor que se sente na hora.
Pele e química são fundamentais, mas em primeiro lugar e antes de qualquer coisa vem a admiração, que é de onde nascem o respeito e a estrutura real do Amor e possibilidade que este dure a eternidade, até enquanto dure.