“Serenidade, de onde vem De onde vem esta certeza tranquila e fácil
Ou este olhar que vê tudo possível
O que é esta calma diante do desespero
De onde vem esta entrega sem resistência diante da impermanência
De onde vem a visão do ganho diante das perdas
Em que parte do ser reside esse que vê somente vitória diante de tudo que um dia viu como derrota
Como foi descobrir que não se trata de mudar, mas de evoluir
Em que momento se deixa de sentir a alma dilacerada
Em que momento se faz as pazes com a dor, a miséria, a violência e o sofrimento
Quando foi mesmo que isso aconteceu
Pois acontece tão devagar e suavemente que nem se percebe.
Lembrar como resistia, brigava, duvidava, se oprimia, ainda é possível lembrar.
Como foi largar tudo isso
Como e quem disse que esse fim é um dissolver se no Todo
Foram os sonhos, talvez As visões Os voos
Talvez, quem segredou que a partícula dissolve se no Todo foi aquele instante de dissolução na serenidade.
E, enfim, ficar diante da clara manifestação: folguedos, agitação, passatempos e anestésicos não são felicidade.
Todavia, se estiver no mundo para se divertir com a Grande Ilusão, jogue se de corpo, mente e coração.
Um dia, após beber a última gota de embriaguez, de qualquer jeito, você voltará para casa, amando a serenidade.” –