Élcio José Martins
PAIXÃO ARDENTE E RAZÃO DESNUDADA
Oh! Paixão! Nudez de razão,
Embriagues do coração,
Faz seu rumo sem direção,
Com indagação e negação.
Paixão ardente e razão desnudada,
Onde o amor pede morada.
Pensamento em disparada,
Ritmo da loucura desvairada.
Na existência do vazio,
Norteia a direção com desvio,
Some por dentro, como vela por seu pavio,
Ondas gigantes, calmaria de navio.
É um rir e chorar por dentro,
Às vezes luz, outras o lamento.
É a alegria temperada no sofrimento,
Fluidos do desejo dão vazão ao pensamento.
É a valorização do outro,
É ver e sentir no outro.
É o cheiro e gosto noutro,
É navegação dos sonhos em mar revolto.
Paixão existe, sem explicação,
Quase sempre, a razão perde perdão.
É o pulsar da emoção na contra mão,
Faz surgir o descaminho na perdição.
São pensamentos com asas livres,
São encantos nos declives.
Arremedo de amor em delivery,
É um coração que renasce e vive.
É doação total,
É o embebedar do sentimento emocional,
Máscara da inteligência racional,
É razão que vai para o ralo e o intelecto passa mal.
Perde se a noção do tempo,
Não há tristeza e nem lamento.
Alimento e provimento,
Acalma te coração sedento.
Não há regra e indagação,
Fundo D’alma, gratidão.
A razão perde função,
Quem comanda é o coração,
Élcio José Martins