ESQUINAS
Olhos de gato, mãos de fada, sonhos de mulher.
Ela caminha sozinha a espera de um futuro qualquer.
Qualquer dia, qualquer encontro, qualquer beijo.
Aquele beijo.
Na rua, as gotas de chuva caem silenciosas e solitárias.
E ela segue seu caminho, paciente, única, a espera.
A espera de olhos como os seus, olhos de gato, fulminantes, e a mão de um anjo com sonhos de homem, não qualquer homem, nem um para qualquer encontro.
Aquele homem, aquele beijo.
E ele segue seu caminho, paciente, único, a espera.
As gotas de chuva caem silenciosas e solitárias sobre ele também.
Na mesma cidade, mesma realidade, mesmo desejo.
Na outra esquina.