Às vezes, só para irritar a mamãe um pouco mais, ele também levava o instrumento para a cozinha e tocava até o fim do café da manhã.
O pão com geleia de papai ficava meio comido em seu prato, enrolado no formato das dentadas, e a música olhava de frente para Liesel.
Sei que soa estranho, mas era assim que ela a sentia.
A mão direita de papai passeava pelas teclas cor de dente.
A esquerda apertava os botões.
(A menina gostava especialmente de vê lo apertar o botão prateado cintilante o dó maior.) O exterior do preto acordeão, arranhado, mas reluzente, ia para um lado e para o outro, enquanto os braços de Hans apertavam os foles empoeirados, fazendo os sugar o ar e tornar a expeli lo.
Na cozinha, nessas manhãs, papai dava vida ao acordeão.
Acho que isso faz sentido, quando a gente realmente pára para pensar.
Como é que a gente sabe se uma coisa está viva
Virifica a respiração.