A LUZ DO POETA
Na silenciosa escuridão, resta solitária uma pálida lua vigiando os portões da noite.
De longe um coração descontrolado chora aos soluços por uma desilusão, afogando o pranto em pensamentos que cheiram a álcool e nicotina.
Na velha janela, do mesmo quarto da pensão de quinta, a caneta e o papel são os velhos companheiros da agonia.
Contadores da dor e do amor, deles nascem palavras chorosas que contam experiências de um platonismo de dar pena.
O poeta, então, recluso e trespassado pela realidade encontra forças sabe se de onde e arde como uma estrela em plena revolução nuclear.
Subitamente, a pena apaixona se pelo papel envelhecido e tudo é luz.
Anjos e Deuses sopram flores, sonhos e amores e no minuto seguinte colhem os mais belos versos.
A mágica se fez.
A Luz interminável do poeta fecundou a realidade mais uma vez, transformando a poderosa escuridão na luz das estrelas.