Casa da Vovó
Minha avó era exatamente o que se esperam de uma avó, bem tradicional.
Cabelos totalmente brancos, ancas largas e usava avental.
A casa dela tinha tudo o que não tinha na minha casa, nem nas casas das minhas tias, sei lá, era só um lote típico da grande BHte dos anos setenta.
Trezentos e sessenta metros de área, mas tinha tanta árvore frutífera que parecia uma chácara fincada na Cidade Industrial.
Manga Ubá, cana, figo, uva, abacate, pitanga, limão, laranja, frutas e mais frutas que davam o ano inteiro.
Cada fruta em seu tempo próprio faziam o lote ser um paraíso para mim, meus irmãos e meus primos.
Minha avó jamais brigava conosco quando nossos brinquedos eram suas coleções de moedas antigas, ou os trotes ao telefone que só lá tinha.
Quando eu estava lá sozinho, brincava com os cães do meu tio ou me estirava no sofá que parecia tão gigante na frente da TV.
O café da minha tia Humm que delícia de café!
Minha mãe se tornou avó como minha avó.
Cabelos brancos, ancas largas e eventualmente um avental.
Um "fubá suado" como nunca mais experimentei.
Ver meus filhos e meus sobrinhos brincando pela casa, subindo na laje, descendo o morrinho do portão, voltando em bando para comer o bolinho de chuva com recheio especial Ontem fez um mês que elas se reencontraram na casa nova