Saudade
“Saudade! espiã das lembranças, sentimento soletrado pelo coração, que descompassa a respiração, incita tímidas lágrimas, sussurra rostos, lugares, aromas e épocas;
Oh! Carrasco eventual, não hesita em cumprir seu oficio, encomenda lembranças de um pequeno universo apartado entre mundos;
Faz da melancolia um avulso de sinônimos verbalizando imperativos, o querer tornar se imediatista em seus mais diversos nuances;
Sentimento audacioso, cínico, dissimulado em ingênuas lembranças, revela se com propósito intrínseco de subjugar todos;
Nunca morre, nunca some, permuta se, permeia se entre as meias e vagas memórias;
Saudade hospedeiro vil que faz de minha alma casamata, que tocaia meu peito, Vamos fazer uma trégua
Marque o dia, a hora, e o lugar para encontrarmo nos, prometo que me entrego por completo, te alimentarei com lembranças, não sonegarei uma gota salgada, nem suspiro;
Até esse dia chegar, arrebata te de mim, e eu me sequestrarei com tua ausência.”