Letícia R.

Ausência física, ausência da voz e do cheiro, das risadas e do piscar de olhos, ausência do toque, ausência do sentir.
A tua ausência.
Quando isso acaba

Queria desabafar, não em você, mas com você.
Deixar transparecer essas linhas que me apavoram e que ao mesmo tempo me definem, deixar tudo ir embora, quebrar a corrente que me aprisiona logo pela raiz e destruir o desespero, calar o silêncio que grita.

Mãos, pele, olhos, boca.
Sentidos e desejos.
Necessidades e carências.
Tudo na gente tem cores, assim como nosso sangue.
Tudo na gente tem fome.
Fome de outras cores.

Imbecil é aquele que tenta agradar a todos! Não adianta você ter mil faces, mil jeitos, mil formas de agir com cada pessoa.
Em primeiro lugar você tem que agradar a si mesmo e só então se sentir quem você realmente é e ser assim com todo mundo, porque você não é obrigado a agradar a todo mundo e tentar fazer isso é pagar de fantoche e as pessoas não vão passar a te ver melhor e sim a te ver como uma pessoa falsa.

Estou cansada desse entra e sai na minha vida, tamanha balbúrdia, parece até o estilo mãe Joana ou até mesmo Tim Maia “vale tudo! ” Não sou do tipo que segura as pessoas, não gosto disso, acho que incomoda, mas se as deixo confortáveis elas logo partem.
Já alimentei meu lado individualista, até porque no fim, Tim Maia está certo, você só precisa de sossego.

Não sei quando é hora de desligar, hora de fazer aquela pausa, então fico naquela indecisão inquietante que incomoda.