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Amanda Lemos

Uma realidade : DESIGUALDADE SOCIAL
Visto sob uma perspectiva mais ampla, sem desconsiderar a dimensão continental do país, a desigualdade social no Brasil apresenta raízes históricas.
Pode se começar a explicar essa realidade pelo fator mais evidente:
a escravidão, que é o paroxismo da exclusão.
O Brasil importou o maior número de escravos da África, dentre todas as colônias do Novo Mundo e, como Cuba, foi um dos últimos países a libertá los (1888) não lhes garantindo qualidade de vida posterior à abolição, deixando lhes à margem da pobreza e exclusão social.
Outro exemplo foram os imigrantes, a grande massa de italianos e alemães não teve condições de impor às elites oligárquicas uma distribuição menos desigual dos ganhos do trabalho.
As sequelas desse contexto refletem até hoje nas disparidades socioeconômicas do país, o que faz inclusive, embora esteja entre os 10 maiores PIBs do mundo, estar também entre as 10 nações mais desiguais do planeta.
A desigualdade social no Brasil tem sido cartão de visita para o mundo.
Em decorrência do efetivo processo de modernização que o país perpassa desde o século XX, cada vez mais muitos têm pouco e poucos têm muito.
O famoso clichê social de países em processo de desenvolvimento.
Em 2001, enquanto 9% da população vivia com menos de 1 R$ por dia, 46,7% da renda estava concentrada nas mãos de apenas 10% da população.
Atualmente, esse fato acentua se devido a problemática questão tributária brasileira.
A estrutura fiscal do Brasil gera desigualdade ao cobrar mais impostos dos pobres do que dos ricos, apontam especialistas.
"Cobrança de Primeiro Mundo com um sistema de Terceiro".
Entre as conseqüências advindas das disparidades sociais e econômicas, pode se citar: previdência enfraquecida que não consegue sustentar os aposentados dignamente, subempregos, massa de profissionais sem qualificação adequada que insufla o mercado de trabalho ocupando postos de trabalho informais,"hipertrofia do setor terciário", uma educação elitizada, onde poucos jovens de menor renda conseguem adquirir uma melhor formação escolar e profissional; e dentre as piores conseqüências, propicia a ocorrência da violência urbana.
Segundo Rousseau, a desigualdade tende a se acumular, portanto, persistindo em ausência de políticas públicas efetivas que atendam significativamente toda a população, ricos ficarão mais ricos e pobres cada vez mais pobres e entregues a indigência.
Sem um efetivo Estado Democrático de Direito não há como discutir desigualdade social, tampouco amenizá la.