O Tigre
Tigre! Tigre! Brilho, brasa
Que a furna noturna abrasa,
Que olho ou mão armaria
Tua feroz simetria
Em que céu se foi forjar
O fogo do teu olhar
Em que asas veio a chama
Que mão colheu esta flama
Que força fez retorcer
Em nervos todo o teu ser
E o som do teu coração
De aço, que cor, que ação
Teu cérebro, quem o malha
Que martelo Que fornalha
O moldou Que mão, que garra
Seu terror mortal amarra
Quando as lanças das estrelas
Cortaram os céus, ao vê las,
Quem as fez sorriu talvez
Quem fez a ovelha te fez
Tigre! Tigre! Brilho, brasa
Que a furna noturna abrasa,
Que olho ou mão armaria
Tua feroz simetria