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Brenda Zanchet

O lixo e o luxo do meu cérebro.
Há dias, ou meses, falta me a criatividade.
A leitura filosófica e jornalística habituais já estão longe de serem hábitos.
A vontade de escrever permanece, mas as ideias escapam da mente como pássaros presos que se libertam de gaiolas e voam distantes para lugar nenhum, apenas desintegram se no espaço tempo.
Ouço quase o tempo todo a bendita frase "você deve confiar mais e acreditar em si mesma".
Todavia, não tenho muita familiaridade com tal frase.
Sei que sempre posso aprender e aperfeiçoar mais.
Apenas falta me a coragem e a autenticidade.
É necessário pensar menos na opinião dos outros, ter menos pré ocupação e agir conforme minhas aptidões.
Afinal, algo ou alguma coisa só é original porque não deixou de ser em prol da opinião alheia, apenas deixou se ser em prol de um ideal, sem a influência daquilo que modifica e o torna comum.
Alguns pensamentos esquisitos, quase esquizofrênicos, embalam os meus dias.
Assim como pensar na ideia da beleza surreal, irrelevante e suja, a qual, para mim, torna se algo doentio, vez em quando.
O físico é capa, é aparência, é engano e profanação.
Tolo é aquele que pensa em beleza e a julga como algo unânime acima de qualquer outra coisa.
A mídia é o lixo da beleza, e a beleza é o lixo da mídia.
Crianças, jovens, adultos e idosos se menosprezam diante da falsa perfeição estampada e esfregada na cara como algo implicitamente obrigatório.
Hipócritas!
Luxo é ter "cérebro", humildade e respeito ao próximo.
Beleza é carcaça.