Enamorada de mim mesma, no espelho das águas que refletem minha beleza, me ofereço ousadamente e me debruço distraída sobre a correnteza.
Um dia, minhas ramagens ferirão o espelho das águas, e tudo se nublará, meu corpo firme tombará finalmente, e a correnteza há de me arrrebatar indiferentemente e cruel.
Só, então quando for arrastada vendo a terra fugir, sem poder voltar, sentirei comoé fria a água turva do rio e inquietante a ameaça, o mistério do mar.
Enamorada de mim mesma pelo mistério que existe paradoxalmente no mar.