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Beto Biernath

Tenho um grande amigo que vive dizendo ser um cara apaixonado, mas por uma mulher que ainda não conhece! Quando a razão o questiona sobre isso, ele diz que seu romantismo é forte e latente demais para alguém que não guarda amor suficiente para dois em seu coração; questiono a ele se o que ele sente é amor, de fato, e ele me responde que tem uma quase certeza disto, pois o sentimento que ele guarda tem requintes de paixão, pois isso ocupa seu ser de tal maneira que ele nem liga para encontros casuais, e também tem ingredientes de amor verdadeiro, pois isso que ele sente já vem de longa data e tornou se parte integrante do seu ser; entre um gole e outro de chá mate, o instiguei a relembrar seus antigos romances, na expectativa de que ele resgatasse algum romance antigo, mas ele dissera que seus antigos relacionamentos, embora intensos, ainda não atingiram o que ele idealiza e sonha; então, com tais afirmações dele, asseverei que talvez ele alimente algo que possa nunca ocorrer, que talvez ele espera demais do outro, e ele me assegura que guarda isso em seu infinito pessoal, mas que na hora certa revelará a alguém e tem a certeza que seu solitário e deserto infinito pessoal deixará de ser habitado por um único ser.
Surpreso com tais constatações, pergunto se ele não teria receio em contar isso, e ouço a resposta de que vergonha é criar uma identidade falsa para esconder o que pensa ou sente.
Após o último gole em meu chá, levanto da cadeira, dou uma última olhada no espelho, deito na cama e busco o sono que me leva ao meu mundo.

Tenho um grande amigo que vive dizendo ser um cara apaixonado, mas por uma mulher que ainda não conhece! Quando a razão o questiona sobre isso, ele diz que seu romantismo é forte e latente demais para alguém que não guarda amor suficiente para dois em seu coração; questiono a ele se o que ele sente é amor, de fato, e ele me responde que tem uma quase certeza disto, pois o sentimento que ele guarda tem requintes de paixão, pois isso ocupa seu ser de tal maneira que ele nem liga para encontros casuais, e também tem ingredientes de amor verdadeiro, pois isso que ele sente já vem de longa data e tornou se parte integrante do seu ser; entre um gole e outro de chá mate, o instiguei a relembrar seus antigos romances, na expectativa de que ele resgatasse algum romance antigo, mas ele dissera que seus antigos relacionamentos, embora intensos, ainda não atingiram o que ele idealiza e sonha; então, com tais afirmações dele, asseverei que talvez ele alimente algo que possa nunca ocorrer, que talvez ele espera demais do outro, e ele me assegura que guarda isso em seu infinito pessoal, mas que na hora certa revelará a alguém e tem a certeza que seu solitário e deserto infinito pessoal deixará de ser habitado por um único ser.
Surpreso com tais constatações, pergunto se ele não teria receio em contar isso, e ouço a resposta de que vergonha é criar uma identidade falsa para esconder o que pensa ou sente.
Após o último gole em meu chá, levanto da cadeira, dou uma última olhada no espelho, deito na cama e busco o sono que me leva ao meu mundo.