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Pietro Kallef

Desacreditar para acreditar
Aboli do meu dicionário existencial a palavra "acreditar", parece ser profundo, mas, foi tudo tão superficial e individual.
Resolvi seguir as suas instruções impressas em entre linhas, mensagens subliminares, olhares dispersos, indiferença notória, agressividade robusta, fuga no responder e um vago espaço emanado do silêncio de uma indecisão.
Cai a chuva na janela e cada gota representa uma lágrima própria e escoa sem parar algo contido, me sinto aliviado e descarregado de uma tempestade conflitante, ouço de longe os trovões da sua garganta me dizendo: não se prenda a nada e nem a mim, triste barulho que me partiu entre um antes e um novo agora que me espera ansioso para ser transformado em chamas vermelhas de vida antes pálido e sem tons não há tempo para reparar em pleonasmos, porque tudo se repete em um ciclo desequilibrado.
O que me preenchia talvez volte a se reintegrar em alguma parte que escapou da auto culpa e das reflexões racionais, grande avanço se considerar o passado como meu único modo de te esperar, em uma curta temporada cheia de restrições aceitas sem contestações, pois, era o que eu tinha de você.
Se soubesse o quanto queria me referir a sua inóspida representação com um teor de realidade e possibilidades, empregando muitos "se" com formatos impossíveis em minhas viagens frustrantes em torno do seu pensar, se entregaria ao que eu estava disposto a enfrentar sem desistir.
Então, siga, sem pesares ou remorsos, sinônimos de um sigilo que guardarei, porém, sem um significado singular naquele meu velho dicionário que te disse ser.
Abre se um lindo sol que me liberta da cegueira momentânea e provocada que bloqueava uma aventura sobre novos horizontes.
E que luz forte será aquela Onde esteve durante toda a precipitação Hoje, passo a "acreditar" que ela sempre esteve dentro de mim e com essa força de cura desconhecida pelo meu inconsciente.
Assim, vou deixar essa luz invadir meu monótono e redirecionar os trilhos, pois, descobri que ainda sou capaz de me reconsquistar a cada dia mais e tudo isso não se torna contrário ou utópico quando somos capazes de reproduzir um amor alheio àquele sentido por nós mesmos.

Vamos fazer um Ano Novo
A passagem de ano não é um divisor de águas, uma mudança forçada e muito menos remissão e perdão instantâneo, é apenas uma regra cronológica e padrão.
Por que esperar trinta e um de dezembro à meia noite para ligar a entes queridos afastados e que por algum motivo deixaram de se falar, para dizer que ama aquele alguém que tanto lhe estimava e você o feriu com o silêncio e a dúvida, para dar um abraço apertado em um grande amigo e dizer o quanto ele é importante, para vestir aquela roupa nova e desejar com fé que seus sonhos irão se realizar, para começar a fazer uma academia e levar a sério aquele regime que tanto precisa, para se desfazer de coisas que não lhe servem mais e não são úteis, para praticar o desapego material, para dar presentes e escrever um cartão com sentimentos, para reunir toda a família e se sentarem juntos à mesa e se olharem com ternura, para pedir paz e menos violência, para refletir sobre seus erros e perdir perdão, para conversar com seu filho e ouvir o que ele tem para te dizer, para sair mais cedo do trabalho e passar em uma floricultura e surpreender alguém e recuperar algo considerado irrecuperável, para acordar mais cedo e ver o sol nascer, para começar um curso novo que acrescente no seu crescimento profissional e pessoal, para aprender a se motivar com algo sólido e possível, para viajar e conhecer pessoas e lugares diferentes e ter do que se lembrar, para acreditar que sonhos são reais independentes do tempo que possa levar para se concretizarem e para se encontrar com Deus e agradecer por todas as bençãos e conquistas diárias.
Façamos tudo o que há para ser feito durante o decorrer do ano e da vida, não esperemos até a explosão dos fogos de artifício, pois, talvez não estejamos lá para dedicar todos esses projetos e remissões, ou então, as pessoas que amamos já podem ter partido e desperdiçamos a grande oportunidade de sermos mais humanos.
Este é o momento e pode parecer clichê o que irei dizer, mas, o amanhã é incerto e improvável.
Feliz 2011 e entre sutis sons emanados das taças de champagne e da energia renascentista que exala de nossas almas, acredite que a grande virada pode ser dada hoje, basta empenharmos o mesmo sentimento contagiante do Ano Novo no simples agora que nos pertence.