Hoje sei amarrar meus sapatos sem gritar mamãe.
Não tenho mais janelinha no sorriso.
Deixei de plantar feijão no algodão.
Nem me preocupo com os monstros embaixo da cama, tão pouco insisto pra dormir de luz acesa.
Larguei as canetinhas de colorir pra pegar caneta em punho e escrever minha história, de prantos e gargalhadas.
Desse jeito mesmo, bem esdruxulo, com um mar de palavras que me oceaneam de sentimentos bons.
Sinto falta da minha lancheira de elefante, mas continuo o mesmo falante, sonhador, carente e pequeno notável de sonhos e vontades gigantes.