Asas, como seria bom tê las, assim então, poder voar o mais alto possível, alcançar os céus, essa imensa cortina azul celeste, cortina da casa de meu Pai.
Pegar impulso, e deixar o chão em questão de segundos, sentir a brisa do vento passar pelo rosto, e olhar para baixo, enquanto me distancio do solo; solo este já destruído, fragilizado por nossas próprias mãos, egoísmo mortal.
Estou seguro, enquanto permanecer no alto, distante de tudo e todos que tentam me aprisionar, me corromper, me sufocar, me silenciar.
Asas, com você, voaria o mais alto que pudesse, para me envolver nessa imensidão do céu, pegar carona com as aves, tocar o arco íris, e deixar o vento me guiar, como ondas do mar alto, que carrega o pequeno e humilde veleiro, sem direção certa, apenas entregue ao momento.
Eu, do alto posso respirar, além de sentir, eu posso ser a liberdade, posso esquecer que carrego cicatrizes tão profundas, que apenas um sorriso é incapaz de fazer com que eu às esqueça.
Foi momentâneo meu par de asas, mas lá do alto, eu pude me sentir renovado, pude sentir a vida, e mais perto de casa.