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Karina Perussi

Nostalgia Saudade Conformada
As pessoas sempre confundem os sentimentos de nostalgia e saudade, pensam que é a mesma coisa.
Não é.
Nostalgia dói mais que saudade, mais que bater com a porta nos dedos, mais que cólica de rim.
Nostalgia é como o fim do dia: a única saída é se conformar, já foi.
Saudade a gente aguenta, inquietamente, e logo a gente cura.
Saudade a gente sente quando entra em um ônibus para ir embora, saudade da pessoa amada que fica, mas sabe que vai voltar a vê la.
Nostalgia é quando após alguns anos, você se lembra desse momento, que às vezes até se repete, mas não é a mesma coisa
Saudade é quando o ser amado foi embora, mas o amor ainda ficou.
Nostalgia é quando o amor também se foi
Saudade a gente sente quando deixa os pais em casa e vai morar sozinho, em qualquer canto desse mundo.
Nostalgia é quando a gente lembra de quando eles jogavam bola ou brincavam de boneca com a gente
A gente sente saudade da vovó, que mora longe e cada vez que a visitamos ela aparece com um monte de comidas gostosas.
Nostalgia é quando já não se tem a vovó, mas ainda sentimos o gostinho das guloseimas que ela fazia
Saudade a gente tem de um amigo que se mudou para outra cidade ou país.
Nostalgia é o que sentimos ao lembrar das brincadeiras de quando éramos crianças, e saber que agora quem brincam são seus filhos
A gente sente saudade da nossa casa quando viaja e fica um tempo fora.
E nostalgia quando a gente lembra de tudo o que viveu ali, na casa agora abandonada
Saudade a gente pode ter de um brinquedo, de andar de bicicleta.
Nostalgia é o que sentimos quando nos lembramos de como era simples e feliz nossa infância
Temos saudade de sentar na varanda à tarde com nosso avô e ficar jogando conversa fora.
E nostalgia quando o avô se vai, anoitece, e esse momento não se repete mais.
Sentimos saudade dos nossos cachorros quando passamos um fim de semana fora.
Nostalgia, quando lembramos deles pulando na gente, mas só vemos a casinha que está vazia.
Saudade é um sentimento urgente, nostalgia não tem solução: a gente só se conforma.
Saudade é a ausência provisória de alguém, nostalgia é a ausência eterna de um momento.
“Saudade é um pouco como fome.
Só passa quando se come a presença” – dizia Lispector.
Então, nostalgia é quando toda a comida cessou

Momentos
Bons momentos são raros, talvez por isso que os poucos tornam se tão especiais dentro da gente.
Momentos simples como sentir o vento, tomar chuva, olhar para o infinito, estar com alguém legal sem nenhum tipo de interesse a mais, a não ser pela simples e agradável companhia
Momentos em que as palavras se tornam desnecessárias, porque acabam com a magia do silêncio.
Não é preciso ouvir quando se pode sentir com o coração.
E é o “sentir” que os tornam vivos pela eternidade.
Nós não conhecemos o verdadeiro valor desses momentos até que eles se submetam ao teste da memória, e se eles permanecem, certamente é porque foram especiais.
E como dizem, não é o tempo que eles duraram, mas a intensidade de como aconteceram.
Não é preciso “tocar”, nem beijar, nem fazer promessas.
Os olhares dizem muito mais e nos levam para uma viagem dentro de nossa própria alma.
Talvez, qualquer interesse carnal destruiria a magia, a ternura desses momentos que ficam para sempre.
O “nada” as vezes diz muito.
Ganhar uma flor, apanhada de uma árvore na calçada enquanto a maioria das pessoas estão correndo contra o tempo, pode ser insignificante para muitos.
Não para mim, que sinto nesse hora o mundo parar de girar.
É preciso curtir o momento, aproveitar o pouco tempo, pois as vezes tudo acontece tão rápido e de forma tão inesperada.
E é bom voce se conformar porque voce aproveitando ou não, ele nunca mais vai se repetir.
Carpe Diem!