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Brena Braz

FICA NA MINHA VIDA PRA SEMPRE
Você não precisa mais de chocolate.
Agora, você tem um cidadão que te causa o mesmo efeito.
Que te dá uma sensação boa pelo corpo inteiro.
Que te dá energia e que te dá gosto.
Que dá gosto de olhar, de tocar, de sentir, de beijar.
Ele dirige bem seu carro, seu corpo e, se sua vida fosse um filme, ele poderia ser o diretor.
Ou o personagem principal.
Ele escreve as coisas mais lindas que você já leu e, mesmo assim, ele consegue ler seus textos cheios de clichês.
E ele é meio clichê do seu lado.
Ele fala que te adora.
Te chama de linda.
Diz que te quer pra sempre.
Mas enquanto o pra sempre não chega, você quer aproveitar cada segundo do lado dele.
Você queria não ter hora pra ir embora.
Você queria que ele não fosse embora.
Você só queria rir com ele à noite inteira.
E queria que a noite inteira não tivesse fim.
Pra vocês falarem besteiras.
Pra jogar conversa fora.
Pra você falar das coisas fúteis sem parecer estúpida.
Pra ele rir porque o álcool é intolerante a você.
A noite é sempre perfeita.
Você bebe uma ou duas doses da sua bebida favorita e ri horrores.
Ri porque se diverte com ele.
Ri porque ele consegue ser mais bobo que você.
Ri porque não entende como pode ser tão gostoso estar do lado daquele cara que nada sabe sobre você e gosta da sua companhia mesmo assim.
Ri porque está feliz com tão pouco.
Está feliz de estar ali.
E queria estar ali pra sempre.
Você ri porque ele não é nada daquilo que você imaginou pra sua vida.
Mas ele te convence, sem palavras, de que é o cara perfeito pra você.
E faz com que tudo que você viveu antes dele pareça tão morno.
Faz com que os outros caras que já passaram pela sua vida pareçam tão pouco.
Ele admira seu sorriso.
Diz que seu corpo é lindo.
Adora seu cabelo.
Suas pernas.
Beija sua mão.
Beija seu rosto com um carinho ingênuo.
Toca sua pele e faz você se sentir uma adolescente.
Ele te abraça e muda o ritmo da sua respiração.
Porque, na verdade, ele mudou sua vida.
Ele não fez nada pra isso, mas te faz a pessoa mais feliz do mundo.
Você não quer mais nada dessa vida.
Quer ele.
E só.
Quer ele te abraçando com aquela mão macia.
Com aquele corpo quente.
Aqueles olhinhos brilhando do seu lado.
Aquele olhar que fala sem palavras.
Aquele sorriso mais do que fofo.
Aquele cara que chegou e te rendeu sem o mínimo esforço.
Por quem você abandonaria todos os outros caras interessantes que te ligam sábado à noite.
Deletaria do seu celular todos os números de telefone.
Por quem você largaria todas as outras propostas.
Arriscaria começar tudo de novo.
Ele é o cara pra quem você olha e pensa: fica na minha vida pra sempre

A ÚLTIMA PRIMEIRA VEZ
Ele toca a campainha e, ao contrário de todas as vezes anteriores, ela não corre pra terminar de se arrumar.
Ela não coloca brinco na orelha, não retoca o batom, não troca a sandália de dedos pelo salto alto.
Ela atende a porta de chinelo velho e cabelo preso pra trás da orelha com piranha de plástico daquelas de duas por um Real.
Ele a olha nos olhos, diz que está com saudade e a abraça com tanta força que parece que vai quebrar aquele corpinho magrelo.
Ela fica na ponta dos pés para abraçá lo e, nesse instante, se lembra que costumava fazer isso para alcançá lo.
Foi tudo muito estranho pela primeira vez.
O tênis esquisito dele não combinava mais com ela.
Aquela camisa larga e aquela bermuda mais pareciam seu irmão de 17 anos.
Nada nele havia mudado, mas era tudo diferente pra ela.
A voz, o sorriso meio sem graça, o cabelo liso meio sei lá, as canelas finas, as mãos quadradas num tom rosado de tão brancas.
Tudo tão igual sempre foi e tão estranho pra ela.
A vida dela andou nesse um ano e pouco que eles ficaram sem se falar.
Ela mudou.
Piorou em algumas coisas, melhorou em outras, mas mudou.
Ela, que não gostava de rave e andava pra música eletrônica, agora compra ingresso com um mês de antecedência.
Ela trocou a cama por uma melhor, o sofá da sala por um branco lindo, mudou os móveis de lugar depois do Natal, trocou o carro por outro que anda muito mais.
Mudou o tom do cabelo, o estilo das roupas.
Fez vários novos amigos.
Para ele, parece que o tempo não passou.
Ele acha que pode chamá la pelos apelidos que ele costumava inventar pra ela, acha que pode pegar nela onde bem entender e que pode arrumar o cabelo dela pra trás da orelha.
Não.
Eles ainda têm algum assunto, mas ela já não faz mais piadinhas pra implicar com a vida de solteiro dele.
Ela não é mais dissimulada quando ele pergunta se ela está com alguém.
Ela está solteira e não precisa mais fingir que está de rolo com alguém pra fazer ciúme nele.
Não faz mais sentido.
Nada mais faz sentido.
As brincadeiras, o abraço, o toque do corpo.
Acabou a emoção, acabou o brilho no sorriso, acabou o sorriso nos olhos.
Coisas do tempo.
Ele partiu sem nenhuma dor.
Ela fechou a porta e sua vida continuou de onde estava.
Pela primeira vez, ela fechava aquela porta sem sentar na escada e chorar por ele ter ido embora pra sempre.
Pela primeira vez, ele saiu sem que ela o observasse partir com o coração apertado.
Pela primeira vez, ele foi embora sem deixar uma gotinha de esperança de que ela pudesse tê lo de volta na vida dela.
Pela primeira vez, ele partiu sem que eles tivessem trocado mais do que um abraço apertado.
Pela primeira vez, ele se foi sem que eles tivessem remexido o passado ou chorado porque alguma coisa não deu certo entre eles.
Pela primeira vez, ele foi embora de verdade.
Pela última vez, ele foi embora.