NO 41.º ANIVERSÁRIO LUTUOSO DE MINHA MÃE
13 DE MAIO
Mãe:
Tinhas quarenta e um de vida ténue, já com o coração quase desfalecendo, quando deixaste de ver o céu que passa à nossa porta e tanto gostavas de observar; estudar mesmo as estrelas reluzentes como tu, sobretudo nas noites cálidas de verão.
Porventura, foste para outro firmamento bem mais radioso e feliz.
Escolheste o dia da tua Senhora amada – Fátima – no já distante ano de 1979, para encerrar teus olhos lindos, com uma lágrima teimosa ao canto de um olho, despoletando centenas de lágrimas a todos o que acompanharam o teu desenlace, à roda de ti, no teu leito amado.
Não levarás a mal se eu fizer esta conta simples, pois não Eu sei que não.
Eras uma jovem de 41 anos de muitas esperanças; passaram, faz hoje, outros quarenta e um
82, terias hoje, com teus cabelos – imagino os da cor da neve – se continuasses no nosso convívio, neste mundo de erro, devassidão e crime; de podridão mesmo.
Sinto, minha mãe, a tua falta, mas sabes, Nanda, por vezes nem sei o que é melhor – o cá ou o lá