A obsessão do sangue
Acordou, vendo sangue Horrível! O osso
Frontal em fogo Ia talvez morrer,
Disse.
Olhou se no espelho.
Era tão moço,
Ah! Certamente não podia ser!
Levantou se.
E, eis que viu, antes do almoço,
Na mão dos açougueiros, a escorrer
Fita rubra de sangue muito grosso,
A carne que ele havia de comer!
No inferno da visão alucinada,
Viu montanhas de sangue enchendo a estrada,
Viu vísceras vermelhas pelo chão
E amou, com um berro bárbaro de gozo,
O monocromatismo monstruoso
Daquela universal vermelhidão!