Não falo na língua mãePois ninguém vai entenderFalo com minha essênciaDe um povo que quer viverRespeitado culturalmenteTer nossa terra somentePra ela não mais sofrer.Sou essência de um criadorDe onde nasce inspiraçãoCurar com ervas da terraOu imposição de mãosPara ouvir e aceitarÉ preciso acreditarSer forte é nossa missão.Não foi fácil guardarNo silêncio as tradiçõesMantendo dentro de nósPrincipalmente ancioesAncestralidade puraEm prol da nossa culturaTabajara são campeões.Choramos com a naturezaNossa mãe foi destruídaNossos irmãos acabadosNossas águas poluídaNosso ar ficou impuroRespirar tanto munturoTerra viver tão sofrida.
Nós, mulheres indígenas,Somos raiz deste chãoSomos fortes para parirCuidar e dar educaçãoO homem é só sementeQue fecunda e nasce gente.E mulher, terra pra criação.
Escrevo para incentivar outras mulheres indígenas a contarem suas próprias histórias, chega dos não indígenas dizerem o que acham de nós, nossa existência precisa ser registrada, lida e contada por nós mesmos.Acredito que nós, mulheres indígenas, temos a necessidade de crescer dentro e fora da aldeia.