Difícil ser de verdade.
Com todo o peso da insegurança, das saudades constantes, do tédio gigante, da procura eterna pelo abraço perfeito.
Volta e meia revirando o passado e querendo voltar no tempo.
E perder dias fantasiando o futuro.
Falar o que (não) condiz.
Esconder o que sente.
Se expor demais.
Se arrepender, e pedir desculpa entre lágrimas.
Se ferrar volta e meia.
Ferrar os outros de vez em quando.
Achar que vai morrer de tanta nostalgia.
Sofrer por não ser correspondida.
Ficar chateada por não corresponder.
Difícil carregar todo esse peso de ser inteira.
E se contradizer entre o que a razão nos manda falar e o que o coração grita que sente.
Não tem sido fácil ser eu.
Às vezes, até metade de mim me complica, me tira o sono, me revira o estômago.
Porque entre o quero e tenho, existe uma distância enorme, e o querer tem pedido tanto pra acontecer, que dói.
É que ser de verdade, não é ser transparente.
Ser de verdade é acolher tudo que eu sou e seguir com orgulho de ser.
Porque eu tenho tantos defeitos, tantas manias feias, tanta coisa pra mudar.
Mas o que me faz ser de verdade, é admitir que tudo isso faz parte do que eu sou.
E que a perfeição e eu andamos bem longe uma da outra.
E que apesar de pesar, eu gosto de ser assim.
Então eu abraço tudo que sou e me trato com todo o amor que uma pessoa de verdade merece ser tratada.