“A disciplina moral não serve somente à vida moral propriamente dita; sua ação tem um alcance maior.
Ela desempenha um papel considerável na formação do caráter e da personalidade em geral.
E, com efeito, o que há de mais essencial no caráter é a aptidão para se dominar, é essa faculdade de saber parar ou, como se diz, de inibição, que nos permite conter nossas paixões, nossos desejos e impor lhes a lei Portanto, a disciplina é útil não apenas no interesse da sociedade e como meio indispensável sem o qual não poderia haver cooperação regular, mas no interesse do próprio indivíduo.
É, sobretudo, nas sociedades democráticas como a nossa que é indispensável ensinar à criança essa moderação salutar.
Isso porque caíram as barreiras convencionais que, nas sociedades organizadas sobre outras bases, refreavam violentamente os desejos e as ambições, e não há mais nada, a não ser a disciplina moral, que possa exercer essa ação reguladora”