Fome.
Ah, a trégua do meio dia!
No silêncio pós prandial
Saciado, nem cachorro latia
Naquele tempo eu cria
Que haveria paz mundial
Se não existisse barriga vazia
Mal sabia
Que a fome
Até a fé me tiraria
Não por mim, eu comia!
Mas por quem não come
Pela criança que nem sei o nome
Pouco importa como se chama
Comia biscoito de barro
Olha que sarro!
Era manteiga com lama.
Dalí pra frente
Era impossível continuar crente
Não importa o quanto argumente
Nada justifica a ação displicente
De dar o corpo e privá lo do que o sustente
Não é um ato de amor
Definitivamente!
Poderia julgar indiferença
Ou incompetência
Mas, pra não falar em rancor
concluo inexistência.