E se perguntassem o que vem a ser o certo, Gabriela olharia com a cabeça torta como a de um cachorro quando parece não compreender o que se passa.
O olhar de repente vidrado de quem tem sede de entender as coisas que acontecem ao redor.
E no meio dessa imensa individualidade onde ninguém podia entristecê la sempre cresciam espinhos.
Espinhos para machucar aqueles que a machucavam, então assim não a tocavam.
Não tocava porque o medo da mágoa não deixava que lhe tocassem, ou então havia medo porque não haviam tocado fundo o suficiente para que o medo não existisse.
Que triste então estava sendo, mas Gabriela parecia acostumada.
Acostumada e fria porque depois de tantas lágrimas, ela finalmente parecia ter secado.
Seus olhos eram de desilusão, de cansaço.
Cansada de construir sonhos, planos, fantasias.
E depois da desilusão ter de destruir uma a uma, como se nada daquilo tivesse um dia existido, só para olhar para trás e não sentir nada do que sentira antes.
( ) E nessa de cuidar, vou cuidar de mim.
De mim, do meu coração e dessa minha mania de amar demais, de querer demais, de esperar demais.
Dessa minha mania tão boba de amar errado.