BorbulhanteGuardei meu poema dentro de uma bolha de sabão.Como não ficar seduzidaPela circunferência lisa e transparente,Onde o arco íris passeia docemente,E morre de amores pela espuma colorida Acomodada na nova moradia,O poema suspirou e adormeceu.Quando acordou já não mais me pertencia.A bolha de sabão se deslocaraE o poema apaixonado que eu criaraDescobriu de repente que era teu.
RetiradaRespeite o silêncioa omissão,a ausência.É meu movimento de deserção.Abandonei o posto,rompi a corda,desacreditei de tudo.Cansei de esperar que finalmente um dia,minha fotografiafizesse jus ao seu criado mudo.
Festa chega ao fim.Beijos sobram na bandeja.Todos de amendoim!
Pois que vivernão é entrar no mar onde dá pé,mas mergulhar com fé no maremoto.
O canteiro assiste:a antúrio, falso perjúrio,pões o dedo em riste.
A estrela cadenteteima, se enrosca, se queima.Quer o sol nascente.
Urge a maritaca.Desafia a paz do diaa golpes de faca.