Talvez esse seja o problema de algumas pessoas, deixarem guardados sentimentos importantes no lado de dentro.
É mais simples guardar.
O corpo, o físico, é o que, nesse caso, deveria proteger os sentimentos, mas não sei com que eficiência isso acontece, dizem que o amor vem com o tempo, o que facilmente vem com o tempo é o comodismo.
Sendo ao contrário, se os sentimentos protegendo nosso corpo, quantas feridas a menos teríamos Que os sentimentos me protejam, e não eu proteja mais meus sentimentos.
Se a ordem da aproximação, da conquista fosse o conhecer, o tempo, o carinho, a amizade, o saber, se importar, sentir.
O sentir Sentir a saudade, sentir a vontade, a segurança, a confiança, deixar se primeiro se envolver em sensações não em braços, presenciar, apreciar a timidez na fala no jeito de um olhar, não se deixar levar direto ao olhos fechados em busca de lábios, curtir a expectativa de novas descobertas a cada palavra, ouvir e escutar, observar atentamente a boca que diz, não atropelando a boca que apenas beija.
O calor de um toque inocente ao corpo, o frio na barriga de um encontro inesperado, o constrangimento do acaso, a cara de besta, a sensação de ter agido como não deveria.
Todos os pensamentos inquietos até quem sabe a proximidade, a intimidade, e finalmente com todas as certezas ao corpo.
Gentilezas e mais gentilezas, deixar se envolver se em gentilezas, sem melodramas, sem confundir o romance com melosidades dramáticas, o valor dos pequenos gestos, dos cuidados, da importância em atitudes mais duras, até mesmo no amargo, as gentilezas.
É preciso um tempo, dos tempos de se apaixonar, que está passando, o tempo do romance parece que se acabou.
O rápido, o fácil, o breve o amor não deveria ser tão “moderno” primeiro se beija, depois se pergunta o nome.
Sentimentos Sensações Emoções O que requer tempo, pelo visto, está perdido no tempo, atropelado num tempo em que o físico, os fáceis e meros prazeres da carne é que estão em primeiro.
Não temos tempo para o romance.
Não temos tempo a perder, só temos sentimentos.
Não, não temos.
Tememos.