Existe sim, dor no amor.
Mas não no próprio amor.
O verdadeiro amor é intocável.
Ele nasce, cresce e, sim, pode acabar.
E é justamente nesse momento, que a dor aparece e em vários momentos.
Sentir a dor de se perder um amor é necessário, como tomar água para matar a sede.
Primeiro vem a dor de quando a relação acaba.
O desejo acabou para a outra pessoa.
Você tem que se acostumar com a ausência dela.
Isso é difícil.
Entender que os velhos costumes não vão existir mais.
Que aquele restaurante que vocês frequentavam juntos ficou no passado.
Que as conversas até de madrugada não vão acontecer mais.
Com o tempo, surge outra dor.
A dor de perceber que a vida pode ser interessante novamente.
Talvez com outro alguém, com novos amigos desse outro alguém, com a nova família desse alguém.
Aí dói.
Por que estamos acostumados ao amor daquela outra que amamos, que nos foi retribuído e vivido intensamente.
E você acha que amor igual a esse nunca mais vai ter na vida.
Por que era tão bonito, tão verdadeiro, impecável.
Você não quer abrir mão daquilo que já viveu.
Mas essa é a justamente a questão: já foi, já viveu.
E na verdade, é só o medo de recomeçar que assusta.
Você já não ama aquela pessoa mais, como antes, mas gosta do amor que sentia por ela.
Se admira por isso.
Se admira por tudo o que viveu.
A última dor é a dor de sentir que esse amor já não está mais dentro de você.