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Laura Jacob

Querido Leandro
Por esses dias ando cheia de saudades
Não consigo me manter calma!
Busco lembranças, vasculho a memória, vejo fotos de infância, ouço seu riso de criança, sua voz de adolescente, lembro seu olhar de homem maduro
Lembro do primeiro dente que caiu Dos desafios que venceu A emoção de cada filho que nasceu Saudade de ver, tocar, sentir, conversar e compartilhar
Meu primeiro filho, homem feito, bonito, uma vida pela frente, tanto sonhos a realizar
Dizem que só se tem saudade do que foi sentido, mas há saudade também do que nunca foi vivido!
Momentos que não aconteceram, abraços que não foram dados, palavras que deveriam ser ditas.
Penso que não tive tempo e o momento certo
Mas eu ia dizer, eu ia abraçar, eu sei
Perdão por não ter feito, achei que tinha ainda muito tempo.
Não sabia que o nosso tempo era curto
Queria acreditar em outras vidas, outros tempos Tipo assim, pra sempre, outra vez
Mas não acredito, o que passou aqui, aqui ficou
Não sei como recomeçar, continuar Às vezes parece que consegui, finjo que consegui Consigo enganar muitas pessoas, preciso enganá las, elas não entendem e não tem que conviver com minha dor.
Isso é meu, sou só eu e você.
Mas tem momentos que eu preciso falar, escrever, gritar
Sinto que as pessoas pensam: Lá vem de novo, essa mãe chorona Ela só sabe falar nisso Isso já passou
As pessoas querem ouvir piadas e coisas engraçadas, queria deixar isso tudo para trás e não falar mais nisso, mas isso é constante em minha vida, não tem como conviver comigo sem de vez enquanto me ouvir falar ou chorar.
Não sou tão boa artista assim Não consigo enganar todos o tempo todo.
Alterno entre dias bons e ruins, estou nos meus dias ruins, logo passa

Querido Leandro
Por esses dias ando cheia de saudades
Não consigo me manter calma!
Busco lembranças, vasculho a memória, vejo fotos de infância, ouço seu riso de criança, sua voz de adolescente, lembro seu olhar de homem maduro
Lembro do primeiro dente que caiu Dos desafios que venceu A emoção de cada filho que nasceu Saudade de ver, tocar, sentir, conversar e compartilhar
Meu primeiro filho, homem feito, bonito, uma vida pela frente, tanto sonhos a realizar
Dizem que só se tem saudade do que foi sentido, mas há saudade também do que nunca foi vivido!
Momentos que não aconteceram, abraços que não foram dados, palavras que deveriam ser ditas.
Penso que não tive tempo e o momento certo
Mas eu ia dizer, eu ia abraçar, eu sei
Perdão por não ter feito, achei que tinha ainda muito tempo.
Não sabia que o nosso tempo era curto
Queria acreditar em outras vidas, outros tempos Tipo assim, pra sempre, outra vez
Mas não acredito, o que passou aqui, aqui ficou
Não sei como recomeçar, continuar Às vezes parece que consegui, finjo que consegui Consigo enganar muitas pessoas, preciso enganá las, elas não entendem e não tem que conviver com minha dor.
Isso é meu, sou só eu e você.
Mas tem momentos que eu preciso falar, escrever, gritar
Sinto que as pessoas pensam: Lá vem de novo, essa mãe chorona Ela só sabe falar nisso Isso já passou
As pessoas querem ouvir piadas e coisas engraçadas, queria deixar isso tudo para trás e não falar mais nisso, mas isso é constante em minha vida, não tem como conviver comigo sem de vez enquanto me ouvir falar ou chorar.
Não sou tão boa artista assim Não consigo enganar todos o tempo todo.
Alterno entre dias bons e ruins, estou nos meus dias ruins, logo passa

Meu sentimento 2 anos após ter perdido meu filho
Amanhã faz 2 anos que minha vida se transformou.
Quem já perdeu um filho sabe exatamente do que estou falando.
Não é como perder um marido, irmão, tio, amigo e até mesmo os pais.
O sorriso de uma mãe que viu o filho morto nunca mais é o mesmo, ele não vai de canto a canto, como se diz, de orelha a orelha É uma alegria contida, sem muita certeza, ela sabe que no minuto seguinte esse sorriso vai sumir e vai dar lugar a uma tristeza imensa, infinita Sendo assim, se torna impossível acreditar que um dia vamos ser felizes outra vez.
Olhando a foto de um filho que se foi, a incredulidade vem a todo instante.
Será que isso aconteceu mesmo Não acredito que nunca mais vou te ver No meu caso, em momentos de desespero cheguei a ficar com raiva dele, questionando: "Porque você fez isso comigo Você acabou com a minha vida Por que você tinha que morrer "
Eu, quando ouvia relatos de mães que perderam os filhos sempre dizia: "Faço uma idéia do que ela deve estar sentindo " Mas eu estava enganada.
Não! Eu não fazia idéia! Não é nada parecido com o que eu achava que fosse!
Pensei no desespero da mãe, da dor, da revolta.
Aquela dor trucidante do momento.
Mas nunca pensei que ficaria esse gosto amargo na boca, os olhos sempre perdidos e a cabeça sempre pesada, caída
Na verdade, o amor que uma mãe tem pelo filho é algo covarde, insano, sem nexo Não deveria ser assim Quando os perdemos, perdemos a vontade de viver, de sorrir, e até mesmo de amar.
Isso é o que sinto, não estou julgando sentimentos de ninguém, nem menosprezando o amor que as pessoas sentem por seus familiares e amigos.
Como eu disse, é como eu me sinto, é a minha dor, meu dia a dia É tudo que passo ao me deitar e ao me levantar, todo dia, toda hora e a todo momento.