Muitas pessoas têm ideias erradas da filosofia.
Pensam que a filosofia é um pensamento abstrato, totalmente desligado da vida.
Assim, atribuem à filosofia uma montoeira de palavras difíceis, um emaranhado de pensamento desconexos que nada têm a ver com a realidade que se vive.
Engano! A filosofia, embora utilize palavras difíceis, embora, por vezes, se emaranhe em conceitos abstratos, ela está diretamente ligada a nossa vida prática, pois viver é filosofar.
Quem vive filosofa e quem filosofa vive.
Isto não é um trocadilho de palavras.
Isto quer dizer apenas que é no ato de viver que se filosofa e que todo ato de filosofar é um ato da nossa vida.
Os antigos romanos diziam “primeiro viver, depois filosofar”.
Na practicidade romana se colocava o filosofar com um segundo passo, como uma sequência do viver, mas ao estarmos vivendo estamos filosofando.
Esta precedência a que os romanos se referem significa apenas que o ato de filosofar pressupõe o ato de viver, o estar vivo, o levar a sério a vida com tudo o que tem, com todas as suas consequências.
“A filosofia não é uma doutrina, mas uma atividade”, dizia o filósofo Wittgenstein (1859 1951).
(Tractatus logico philosophicus, 4112).
Com esta frase, Wittgenstein queria dizer que a filosofia não é uma mera “teoria”, não algo abstrato, palavras complicadas que nada têm a ver com a gente.
“A filosofia é uma atividade” significa: ela se situa ao nível das coisas práticas, pretende mostrar que em todos agir, em cada passo da nossa vida há uma ação filosófica, que em todo nosso modo de agir há um modo de pensar que por sua vez está liga à realidade.
Não interessa à filosofia acumular saber e informações, mas sim viver e refletir sobre os saberes adquiridos, construindo seu próprio saber, analisando cada decisão tomada em nossa vida.
Como se dá isto A partir da experiência que vamos tendo da vida e das coisas, partir do sabedoria da vida que vamos acumulando.