A vida repleta
de caminhos incertos
todos eles livres, abertos
A quem queira caminhá los
A única opção inexistente
É aquela que eu tanto queria
Pois hoje ainda não é o dia
Em que eu finalmente
Estarei, enfim, ausente.
Aqui, todos caminham corretos
Exceto eu.
Nenhum ser é tão abjeto
Quanto eu.
Ninguém trilhou um caminho
Tão incompleto quanto o meu.
O dia nasce
por mais que durante a noite
Eu tenha pedido ao tempo
Que ele parasse.
Os pássaros que voam
Não mais voam por mim,
Nem as nuvens que tapam o Sol
Fazem sombra sobre mim
Mas Deus põe a mão no meu ombro
E me Diz que, por ora
As coisas tem que ser assim
Isso vai buscar, enfim
Em meu âmago absorto
Um sorriso escondido, guardado
Fingindo morto
E eu vejo a manhã de hoje
Como se hoje fosse o amanhã
Que há muito tempo eu espero.